Em julho, quando o Ministério da Educação de Luiz Inácio da Silva, conhecido como Lula (PT), decidiu interromper o programa federal de escolas cívico-militares, Tarcísio afirmou que manteria o projeto estadual. Esse projeto foi inspirado no lançado em 2020 por Jair Bolsonaro. O modelo proposto prevê que as áreas disciplinares e extracurriculares fiquem a cargo de militares, enquanto a parte pedagógica continua sob responsabilidade da Secretaria de Educação.
O secretário da Casa Civil, Arthur Lima, defende a importância de ensinar valores como disciplina e respeito desde cedo e acredita que a ordem é necessária para alcançar o progresso. Ele ressalta a importância de resgatar a disciplina e educação de qualidade, bem como garantir que os alunos respeitem os professores em sala de aula.
O projeto proposto por Tarcísio abrange a conversão de escolas já existentes para o modelo cívico-militar e a criação de novas unidades. No entanto, ainda não há um número definido de unidades que seguirão esse modelo, nem um cronograma estabelecido. O governo planeja considerar critérios como a aprovação da comunidade escolar, aferida por meio de consulta pública, além de índices de vulnerabilidade social, fluxo escolar e rendimento escolar.
Atualmente, São Paulo possui apenas uma escola estadual que adota o modelo cívico-militar, a Marechal do Ar Eduardo Gomes, localizada em Guarujá, e outras sete escolas municipais. Vale ressaltar que essa proposta de Tarcísio também é vista como um aceno à base bolsonarista, que tem criticado sua gestão.
Além disso, o formato proposto pelo governador de São Paulo se assemelha ao implantado no estado do Paraná. Recentemente, o governador Ratinho Júnior lançou uma consulta popular em 126 escolas para definir quais gostariam de mudar para o modelo cívico-militar, sendo que 65% delas preferiram a mudança, enquanto as outras 44 desejam continuar no modelo tradicional. A proposta de Tarcísio está em consonância com a tendência de outros estados brasileiros.
Portanto, a iniciativa do governador paulista marca um novo capítulo na implementação das escolas cívico-militares no país, gerando expectativas, debates e análises por parte da sociedade e de especialistas em educação. O anúncio do projeto de lei demonstra a relevância e a repercussão desse modelo educacional, que continua a despertar interesse e polarização no cenário político e social do Brasil.