O anúncio dessa escolha foi feito durante uma agenda conjunta do governador e do prefeito, no mesmo dia em que o juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos, por propaganda eleitoral antecipada com pedido explícito de voto. Esse episódio evidencia a tentativa de Lula e Bolsonaro de transformar a eleição em São Paulo em um embate de polarização ideológica, semelhante ao que ocorreu na última disputa presidencial.
A escolha de Mello Araújo como vice de Nunes mostra a aliança entre o prefeito e Bolsonaro, algo que vinha sendo evitado pelo prefeito devido à rejeição do ex-presidente em São Paulo. No entanto, a entrada de Pablo Marçal na disputa pela prefeitura fez com que Nunes optasse por unir os partidos de direita em torno de sua candidatura e fortalecer a chapa.
Apesar da insatisfação de alguns aliados e da preocupação sobre a possibilidade de afastar eleitores de centro, a escolha de Mello Araújo como vice deixa clara a estratégia da campanha de Nunes em explorar a experiência do coronel na gestão da Ceagesp e apresentá-lo como um nome técnico na área de segurança pública. Esse tema tem ganhado destaque nas pesquisas eleitorais mais recentes e pode ser um ponto de influência na decisão dos eleitores paulistanos.