Os principais aumentos foram observados na Europa, Oriente Médio e Ásia. Surpreendentemente, a República Democrática do Congo teve o maior aumento percentual, de 105%, refletindo o conflito persistente entre o governo e grupos armados não estatais. Na América Latina e África, países como México, El Salvador, Equador e Brasil também aumentaram seus gastos militares, em parte para lidar com o crime organizado e a violência de gangues.
No cenário internacional, países como Estados Unidos, China e Rússia lideram os gastos militares, aumentando ainda mais seus orçamentos diante das tensões em curso. O relatório do Sipri destaca que, pela primeira vez desde 2009, houve um aumento generalizado de gastos militares em todos os continentes.
Os conflitos em andamento, como a guerra na Ucrânia e as tensões entre China e Taiwan, são apontados como impulsionadores significativos dos gastos militares. A Ucrânia aumentou seus gastos em 51%, enquanto a Rússia elevou em 24% seus investimentos nas Forças Armadas. A escalada dos gastos militares na região da Ásia e Oceania também reflete a competição entre China e Taiwan, com ambos os países aumentando seus orçamentos para fortalecer suas defesas.
Para especialistas, a tendência de crescimento nos gastos militares deve persistir, especialmente diante da fragilidade dos acordos internacionais de controle de armas. A falta de estabilidade geopolítica tem levado os países a se armarem cada vez mais, criando um ciclo de aumento de tensões e instabilidade. A perspectiva para um futuro de desarmamento parece distante, com a necessidade de um novo paradigma de controle e estabilização dos armamentos a nível global.