Jane relembrou o início do relacionamento com Albino em 1971, quando ainda era estudante e precisava ajustar sua rotina para conciliar os compromissos com as viagens do músico. Em suas apresentações pelo interior, Manique conquistou reconhecimento e admiração por sua habilidade como gaitista, tornando-se uma figura emblemática no cenário musical do Rio Grande do Sul.
Apesar de passar grande parte do tempo longe de casa, Albino fez questão de expressar seu amor pela família por meio da música, dedicando composições especiais às pessoas mais importantes de sua vida. Jane destacou a devoção do músico pela gaita, instrumento que o acompanhou desde a infância e que se tornou sua marca registrada ao longo dos anos.
Além de seu talento musical, Albino também se destacava como um aficionado por futebol, embora suas preferências clubísticas o colocassem em lados opostos da rivalidade entre Internacional e Grêmio. Sua memória prodigiosa para detalhes das escalações dos times e seu interesse pelo noticiário político evidenciavam outras facetas do artista, que encontrava nos momentos de lazer diante da televisão uma fonte de entretenimento e informação.
A trajetória de Albino Manique na música iniciou-se na cidade de São Francisco de Paula e o levou a percorrer um caminho de sucesso ao lado de parceiros como Francisco Castilhos e Oscarzinho, consolidando-se como um dos principais nomes do tradicionalismo gaúcho. Sua contribuição ao cenário musical foi tão significativa que a renomada empresa italiana Scandalli lançou um modelo exclusivo de gaita em sua homenagem.
Com a partida de Albino, deixa-se não apenas um legado artístico, mas também um exemplo de amor pela família e pela cultura gaúcha. Sua esposa, filhas e netos eternizam sua memória e seu legado musical, que permanecerá vivo na história da música sul-riograndense.