Fuga inédita de presídio de segurança máxima em Mossoró (RN) gera debate sobre segurança e necessidade de muralhas

A fuga de dois detentos da penitenciária federal de Mossoró (RN) tem causado grande impacto e levantado questionamentos sobre a segurança dos presídios de segurança máxima do país. O corregedor Walter Nunes afirmou que, diferentemente do que se pensa, essas prisões não são cercadas por muralhas, mas sim por alambrados, o que facilitou a fuga dos presos. Ele comparou o modelo adotado no Brasil com o dos Estados Unidos, onde as prisões de segurança máxima não possuem muralhas. A falta de muralhas se mostrou um problema diante da fuga dos detentos em Mossoró, o que levou o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a anunciar um plano de construir muralhas em todos os presídios federais do país.

Segundo Nunes, a fuga dos presos em Mossoró foi considerada o evento mais grave da história dos presídios federais, pois representa uma quebra na segurança, que até então era considerada eficiente. O sistema penitenciário federal era reconhecido pela ausência de fugas, rebeliões, assédio sexual e uso de celulares por parte dos internos, o que agora está sendo questionado.

No entanto, Nunes ressaltou a importância de verificar a obediência aos protocolos de segurança, alegando que se estes fossem cumpridos, a fuga não teria ocorrido. Ele destacou a importância de garantir a segurança não apenas por meio de estruturas físicas, mas também por meio do cumprimento rigoroso de procedimentos diários.

A fuga dos detentos em Mossoró ocorreu durante o Carnaval, o que, segundo Lewandowski, facilitou a ação dos presos, já que as pessoas estavam “mais relaxadas do que o normal”. A investigação apontou que os detentos utilizaram um alicate encontrado em uma obra nas instalações da prisão para cortar a estrutura e escaparem. As autoridades não descartam a possibilidade de participação de funcionários da obra ou agentes penitenciários na ação.

Como medida imediata, Lewandowski afastou a direção da penitenciária e nomeou um interventor para comandar a unidade. A troca de gestão visa garantir transparência no processo de análise do trabalho realizado e buscar possíveis falhas de segurança que possibilitaram a fuga dos presos.

A fuga inédita em Mossoró representou um evento marcante para o sistema penitenciário federal, levantando questões sobre a segurança das prisões de segurança máxima do país. A necessidade de aprimorar os protocolos de segurança e de construir muralhas em todas as penitenciárias federais evidenciou a vulnerabilidade do sistema em face de eventos como o ocorrido em Mossoró.

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