O escândalo transformou a Wirecard em um dos maiores casos de fraude financeira da história alemã. O preço das ações despencou 99%, levando a empresa a declarar insolvência e a se tornar a primeira empresa no DAX a fazê-lo. Devendo mais de US$ 4 bilhões aos credores, a Wirecard rapidamente se tornou um sinônimo de fraude e corrupção.
O CEO da empresa, Markus Braun, foi preso, enquanto o COO, Jan Marsalek, desapareceu, sendo procurado pela Interpol. Entre os protagonistas dessa história estão mãe e filho, Sokhbir e Pav Gill, que revelaram que a empresa falsamente afirmava ter US$ 2 bilhões em contas nas Filipinas.
A exposição das práticas fraudulentas da Wirecard começou quando Pav, ex-chefe jurídico da empresa, descobriu documentos que comprovavam o esquema de “round-tripping” e transferências ilegais de fundos para terceiros. Após denunciar as irregularidades aos superiores e enfrentar retaliações, ele procurou a ajuda da sua mãe e juntos contataram jornalistas investigativos.
Dan McCrum, do The Financial Times, investigou as denúncias de Pav e, após longos meses de averiguações e consultas com advogados, publicou uma matéria que levou à abertura de uma auditoria nas contas da Wirecard. A conclusão da auditoria revelou um rombo de mais de US$ 2 bilhões nas contas da empresa, confirmando as práticas fraudulentas.
O desfecho da história levou à dissolução da Wirecard e a processos criminais contra os envolvidos. O ex-CEO Markus Braun está em julgamento na Alemanha, enquanto o ex-COO Jan Marsalek está foragido. Edo Korniawan, vice-presidente financeiro em Singapura, também está sob investigação da Interpol.
Em suma, a história da Wirecard é um alerta sobre os perigos da ganância e corrupção empresarial, e destaca a importância do jornalismo investigativo na exposição de fraudes financeiras que prejudicam investidores e a credibilidade do mercado.