Kafka, segundo o germanista Thomas Anz, era um poeta do absurdo, que retratava em sua literatura a impotência do ser humano diante de poderes anônimos e arbitrários. Suas obras, como “O Processo” e “A Colônia Penal”, refletem a falta de controle e compreensão que os indivíduos têm sobre sua própria vida, em um mundo dominado por forças além de sua compreensão.
A visão de Kafka sobre a modernização e a sociedade em constante evolução reflete um nervosismo característico de sua época. Para Michael Braun, diretor do departamento de literatura da Fundação Konrad Adenauer, Kafka antecipava os terrores da vida moderna, como a perda de identidade em meio a um mundo dominado por autoridades opressivas.
A ambiguidade presente nas obras de Kafka também reflete a própria identidade multifacetada do autor. Judeu, advogado, escritor, tcheco e alemão, Kafka viveu em uma constante confusão de identidades que se refletia em seus textos complexos e intrigantes.
Em suma, a obra de Franz Kafka continua a intrigar e fascinar leitores de todo o mundo, mesmo após décadas de sua morte. Sua capacidade de retratar os medos e ansiedades da vida moderna ressoa ainda nos dias de hoje, mostrando a atemporalidade e a complexidade de suas reflexões sobre a condição humana.