Figurões conservadores se reúnem em Buenos Aires para apoiar candidata à presidência e criticar regimes de esquerda

Vários líderes políticos de direita e centro-direita da América Latina se reuniram em Buenos Aires nesta sexta-feira para criticar regimes autoritários e populistas de esquerda e apoiar a candidata à Presidência da Argentina, Patricia Bullrich. O encontro do Grupo Liberdade e Democracia contou com a presença de ex-presidentes como Mauricio Macri, Sebastián Piñera, Iván Duque, Vicente Fox, Mario Abdo, Mariano Rajoy e o atual presidente Guillermo Lasso, além das presidenciáveis Xóchitl Gálvez, do México, e María Corina Machado, da Venezuela.

Bullrich, bastante aclamada ao chegar, fez críticas contundentes à atual vice-presidente Cristina Kirchner, chamando-a de mafiosa. No entanto, evitou mencionar o candidato ultraliberal Javier Milei, que lidera as pesquisas eleitorais na Argentina. Milei, que vem alcançando grande popularidade no país, superou a coalizão de Bullrich nas eleições primárias de agosto.

O Grupo Liberdade e Democracia foi criado este ano como uma oposição aos coletivos de esquerda, como o Foro de São Paulo e o Grupo de Puebla. O encontro marcou a segunda reunião presencial do grupo, que teve sua primeira edição em maio de forma virtual. Na época, a força macrista ainda era vista como favorita à Presidência argentina.

Durante o evento, vários líderes políticos discursaram, incluindo Macri, Piñera e Duque. Macri destacou que líderes populistas de esquerda usam “narrativas poderosas, baseadas no ressentimento e na reivindicação”, enquanto Piñera enfatizou os desafios eleitorais futuros do grupo, mencionando também as eleições no México, Venezuela e Equador.

O discurso mais incisivo foi feito por Duque, que afirmou que a democracia está ameaçada pelos “pobrecistas”, que vendem um falso discurso de unidade enquanto promovem uma desconstrução institucional lenta e perigosa. Ele criticou a esquerda por capturar sindicatos, professores, juízes e meios de comunicação.

Durante o encontro, os países mais citados foram Venezuela, Nicarágua e Cuba, especialmente pela situação política dessas nações. O ex-presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, também discursou virtualmente. No entanto, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não foi mencionado pelos líderes presentes.

Do lado brasileiro, participaram o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o senador Sergio Moro, ambos do União Brasil. Moro evitou comentar sobre Milei e enfatizou a importância da derrota do kirchnerismo nas eleições argentinas, sugerindo que o mesmo acontecerá no Brasil em 2026.

O encontro do Grupo Liberdade e Democracia é uma demonstração do fortalecimento da aliança entre lideranças de direita na América Latina e sua intenção de combater regimes autoritários e populistas de esquerda. A ascensão da ultradireita na região, representada por candidatos como Javier Milei, parece desafiar as expectativas prévias e acrescenta um novo elemento ao cenário político latino-americano.

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