FGV desenvolve indicadores de percepção de riscos de corrupção no setor da saúde no Brasil em parceria com Instituto Ética Saúde.

Pesquisadores da renomada Fundação Getulio Vargas (FGV) estão empenhados em um projeto de grande relevância para o setor da saúde no Brasil. Trata-se do desenvolvimento de indicadores que visam identificar e mapear a percepção de riscos de corrupção em empresas públicas e privadas atuantes nesse segmento. A iniciativa, intitulada Índice de Percepção da Corrupção no Setor da Saúde, está sob os cuidados do Centro de Estudos em Ética, Transparência, Integridade e Compliance da FGV (FGVethics), em parceria com o Instituto Ética Saúde (IES).

Este projeto, iniciado no início do ano, promete trazer grandes benefícios para o segmento da saúde. A expectativa é que os indicadores desenvolvidos possam ser utilizados por entidades reguladoras do setor, tais como o Ministério da Saúde, a Controladoria Geral da União e as secretarias estaduais de saúde. Segundo Ligia Maura Costa, coordenadora do FGVethics, a intenção é que essas métricas possam subsidiar decisões estratégicas e contribuir para melhorias significativas no enfrentamento da corrupção no setor.

Neste momento, os pesquisadores envolvidos no projeto estão concentrados na coleta de dados, que servirá de base para uma pesquisa qualitativa e quantitativa nas próximas etapas. O questionário elaborado terá como foco os stakeholders que atuam diretamente no setor da saúde, como médicos, enfermeiros, pacientes, usuários de planos de saúde, entre outros. A ideia é compor um indicador de percepção da corrupção que possa fornecer insights valiosos para a tomada de decisões e aprimoramento das práticas no setor.

Além disso, o questionário abordará diversos temas relacionados aos riscos de corrupção, como desvios de verbas, favorecimento no atendimento médico, propinas para indicação de terapias, entre outros aspectos. A ideia é fornecer uma visão abrangente e detalhada da percepção de corrupção no setor da saúde, a fim de subsidiar ações de combate e prevenção.

O apoio de diversas associações do setor, que estão patrocinando o projeto, é um reflexo da relevância e urgência desse trabalho. Associações como Abimed, AdvaMed, CBDL e Abraidi estão envolvidas no projeto, demonstrando o engajamento do setor privado na iniciativa.

Apesar de algumas ponderações de empresas atuantes no mercado brasileiro, que temem a burocratização e a frieza que uma análise numérica pode trazer para questões éticas e comportamentais, a iniciativa é vista como uma oportunidade de aprimoramento e evolução para o setor da saúde. A expectativa é que os indicadores desenvolvidos possam contribuir para a construção de um ambiente mais transparente e íntegro, garantindo a qualidade e a ética no atendimento aos pacientes.

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