A denúncia apresentada à CIDH alega que houve uma série de falhas no tratamento do caso, incluindo erros, omissões, descasos e a falta de adoção da perspectiva de gênero durante a investigação criminal. Além disso, a família busca a reclassificação do crime como feminicídio, uma campanha que tem encontrado resistência por parte do novo promotor de Justiça responsável pelo caso, Gabriel Salvino Chagas do Nascimento, que recusou o pedido.
Julieta Hernandez, também conhecida como palhaça Jujuba, estava viajando de bicicleta pelo Brasil quando foi vítima de um crime hediondo em Presidente Figueiredo. Ela foi estuprada, queimada viva e enterrada, em um ato de extrema crueldade e violência.
Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas denunciou o casal Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver, crimes que eles confessaram ter cometido. No entanto, a UBM e os familiares afirmam que a natureza brutal do crime indica um ódio e repulsa direcionados à figura feminina, o que justificaria a reclassificação do caso como feminicídio.
A denúncia enviada à CIDH destaca a importância de caracterizar casos como o de Julieta Hernandez como crimes de feminicídio, visando a transformação social e a formulação adequada de políticas públicas para garantir a segurança e a proteção das mulheres. Os advogados responsáveis pela representação da UBM e da família são Carlos Nicodemos, Maria Fernanda Fernandes, Rodolfo Xavier e Ana Alessandrine Silva dos Santos.