Após uma investigação minuciosa, mais de 20 pessoas foram ouvidas pelas autoridades, que descobriram que o dinheiro arrecadado estava sendo utilizado de forma inadequada pela família. Segundo a delegada Georgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Joinville, os pais do menino usavam os recursos destinados ao tratamento do filho para despesas pessoais, incluindo gastos supérfluos como viagens, baladas e a compra de uma loja de roupas.
Em março de 2018, a Polícia Civil realizou uma operação de busca e apreensão na residência do casal, onde foram encontrados diversos produtos de luxo e roupas de marcas famosas, além de outro veículo sofisticado. O inquérito resultou no indiciamento dos pais por estelionato e apropriação indébita, sendo o relatório final encaminhado ao Poder Judiciário e Ministério Público.
Após quatro anos de investigação, o casal foi condenado em 2022. Além das penas privativas de liberdade, os réus terão que pagar as custas processuais e uma indenização mínima de R$ 178.176,25, que será destinada à vítima do crime de estelionato e a uma entidade social que cuida de crianças com AME. A sentença foi proferida pelo juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, titular da 4ª Vara Criminal da comarca de Joinville.
Este caso serve de alerta para a importância da transparência e responsabilidade na gestão de recursos arrecadados em campanhas solidárias, garantindo que as doações sejam efetivamente destinadas às causas para as quais foram pedidas. A justiça foi feita, mas a repercussão negativa desse episódio deve servir de lição para todos os envolvidos em ações beneficentes.