Essa tendência de crescimento nas importações de alimentos do Brasil por parte dos países africanos é um fenômeno que vem se consolidando ao longo dos anos. No início dos anos 2000, a participação da África nas importações brasileiras era de apenas US$ 525 milhões, representando 4% do total exportado pelo Brasil. Esses números subiram para 11% em 2011, mas voltaram a cair para 6% em 2019.
Os países africanos têm buscado diversos produtos brasileiros, especialmente açúcar, milho, carne bovina, frango, entre outros. O Egito se destaca como um dos mais importantes parceiros comerciais do agronegócio brasileiro no continente africano, sendo responsável por 17% das importações africanas do Brasil. Em 2023, o Egito adquiriu 1,13 milhão de toneladas de açúcar, 1,62 milhão de toneladas de milho, além de 130 mil toneladas de carne bovina e de frango.
No entanto, as exportações brasileiras de lácteos para a África vêm perdendo espaço, com as vendas de leite condensado, creme de leite e outros concentrados recuando nos últimos quatro anos. Por outro lado, as exportações de ovos atingiram um patamar recorde, totalizando 6.563 toneladas em 2023, no valor de US$ 26 milhões.
Além disso, é importante destacar que as exportações brasileiras de produtos como carne bovina, frango e suína para os Estados Unidos vêm remodelando o mercado americano, elevando a oferta desses produtos, principalmente no primeiro trimestre. Mesmo com a cota esgotada, o Brasil mantém as exportações, mantendo-se competitivo em relação aos demais fornecedores, de acordo com analistas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Portanto, é evidente que o continente africano tem se mostrado como um importante mercado para as exportações de produtos alimentícios do Brasil, representando uma oportunidade significativa para o agronegócio brasileiro expandir seus negócios e consolidar sua presença nesse mercado em crescimento.