Exoneração de Fortunato da Abin: a ordem de Moraes e as acusações de Ramagem sobre irregularidades na agência

Sob o governo de Lula, uma série de polêmicas envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) veio à tona, expondo o jogo de poder e suspeitas de corrupção envolvendo altos escalões do órgão. Um dos principais personagens desse enredo é o ex-diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, que promoveu Fortunato ao terceiro posto mais relevante da hierarquia da agência. No entanto, a exoneração de Fortunato não aconteceu devido a uma suposta apuração mencionada por Ramagem, mas sim a uma ordem expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Essa determinação de Moraes foi emitida em outubro do ano passado, no contexto de um mandado de busca e apreensão executado pela Polícia Federal. Nessa ocasião, foram apreendidos US$ 171 milhões em dinheiro vivo na casa de Fortunato, uma cifra equivalente a pouco mais de R$ 800 mil. O ex-diretor justificou que se tratava de “poupança” da família, mas a suspeita de ilegalidades paira sobre essa quantia.

Além disso, o atual diretor-geral da Abin, Ramagem, alega que inaugurou apurações internas que teriam detectado ilegalidades na conduta de Fortunato. No entanto, Ramagem não apresentou evidências capazes de corroborar sua versão. Relatórios encaminhados pela PF ao Supremo relatam ainda a suspeita de que Ramagem teria manobrado para livrar da demissão dois agentes da Abin: Rodrigo Colli e Eduardo Izycki. Esses agentes tiveram seus endereços vasculhados em uma operação policial e foram presos sob a suspeita de operar o FirstMille, equipamento de fabricação israelense usado para monitorar desafetos do presidente na época, Jair Bolsonaro.

Fica evidente a complexa teia de relações e denúncias que envolvem os altos escalões da Abin, mostrando a necessidade de uma investigação minuciosa para esclarecer os fatos e trazer à tona a verdade por trás de tantas irregularidades.

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