O Exército brasileiro está sendo alvo de polêmica por tentar esconder, pelo segundo ano seguido, informações sobre um bônus que deve ser pago a mais de 2.000 servidores civis, totalizando a soma de R$ 49,4 milhões em 2024. A cifra foi revelada pelo Exército à Controladoria-Geral da União (CGU), após ter negado as informações à imprensa.
O pagamento do bônus está atrelado ao cumprimento de metas estabelecidas pela Força, que incluem melhorias na gestão do bem público, fortalecimento da dimensão humana, aprimoramento do sistema de ciência, tecnologia e inovação do Exército, e contribuição para o desenvolvimento sustentável e a paz social.
No entanto, no ano passado, o Exército já havia se recusado a detalhar o pagamento do bônus, sendo necessário o intervenção da CGU para a divulgação dos dados. À época, a Força informou que pagou cerca de R$ 4,8 milhões em bônus.
As informações apresentadas via Lei de Acesso à Informação deixam dúvidas se o valor do bônus aumentou de 2023 para 2024 ou se houve uma omissão de dados no ano anterior. O Exército também se negou a divulgar a lista de servidores beneficiados no ano atual, alegando questões de privacidade.
O Comando do Exército tentou justificar o pagamento do bônus como resultado do alcance de 106,36% da meta estabelecida em 2023. As gratificações são calculadas com base no desempenho individual dos servidores, metas intermediárias e institucionais.
Apesar das tentativas da instituição em manter as informações sob sigilo, a CGU determinou que o Exército forneça detalhes sobre os valores pagos, a lista dos beneficiados e o processo de avaliação das metas anuais. O prazo para apresentação das respostas encerra-se em 21 de outubro.
Diante das suspeitas de falta de transparência, a conduta do Comando do Exército vem sendo questionada, já que as respostas fornecidas até o momento não foram satisfatórias. Resta aguardar a resposta oficial do Exército para esclarecer as dúvidas sobre a distribuição do bônus e garantir a transparência nas ações da instituição.