Exército de Israel ordena que palestinos deixem a Faixa de Gaza em provável preparação para invasão

O Exército de Israel comunicou às Nações Unidas na noite de quinta-feira (12) que todos os palestinos residentes na parte norte da Faixa de Gaza devem se dirigir ao sul do território nas próximas 24 horas, sugerindo uma possível invasão da região. A área em questão abriga cerca de 1,1 milhão de pessoas.

A afirmação foi feita pelo porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, que ressaltou as consequências humanitárias devastadoras que poderiam advir dessa medida. Ele apelou para que qualquer ordem desse tipo seja revogada, a fim de evitar uma situação calamitosa em uma região que já enfrenta uma tragédia.

Essa ordem de deslocamento pode ser considerada uma indicação clara de que uma invasão de Gaza é iminente. Na tarde do mesmo dia, o exército israelense já havia anunciado a presença de 300 mil soldados na fronteira com Gaza, prontos para invadir o território.

Essa informação foi compartilhada pelo major Roni Kaplan, porta-voz dos reservistas das Forças de Defesa de Israel, durante uma coletiva de imprensa. Ele afirmou que os soldados estão prontos caso o governo israelense decida por essa ação.

O major informou também que já ocorreram cerca de 2.700 ataques em Gaza desde sábado (7), com foco em áreas onde membros do grupo terrorista Hamas estão concentrados. No entanto, relatos de palestinos e organizações de direitos humanos indicam que áreas civis também estão sendo atingidas.

Enquanto Israel acusa o Hamas de usar civis como escudos humanos, o temor de uma invasão terrestre em Gaza é devido ao potencial aprofundamento da crise humanitária. A região vizinha a Israel possui uma densa população de aproximadamente 2,1 milhões de pessoas, incluindo 1,7 milhão de refugiados palestinos.

A ONU administra oito campos de refugiados na área, onde pelo menos duas escolas que abrigavam deslocados internos do conflito já foram atingidas por ataques israelenses.

Desde que o Hamas assumiu o controle em 2007, Gaza está sob bloqueio terrestre, aéreo e marítimo imposto por Israel, o que tem contribuído para a deterioração das condições socioeconômicas. Segundo a agência da ONU, 63% da população local vive em insegurança alimentar e 81,5% vive na pobreza. O desemprego atinge mais de 46% da população, chegando a 62% entre os jovens de 15 a 29 anos.

No último sábado (7), o Hamas lançou seu pior ataque a Israel em 50 anos. Cerca de mil combatentes invadiram o território israelense e aproximadamente 5.000 foguetes foram lançados. Em resposta, Israel declarou guerra ao grupo terrorista e intensificou o cerco a Gaza, agravando ainda mais a crise humanitária na região.

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