O ex-diretor da Abin no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem, que atualmente ocupa um assento de deputado federal pelo Rio de Janeiro, é o principal alvo da investigação que cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã de quinta-feira (25). Ramagem é acusado de comandar um esquema para monitorar ilegalmente autoridades, como políticos, desafetos do ex-presidente e até ministros do Supremo Tribunal Federal, visando favorecer aliados e os filhos de Jair Bolsonaro, Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro.
Segundo as investigações, a Abin teria utilizado o software espião conhecido como First Mile para monitorar mais de 1500 telefones, e a ferramenta israelense foi comprada no fim do governo de Michel Temer e seria utilizada para cruzar informações de geolocalização dos celulares pesquisados.
Logo após o início da operação, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, e o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, trocaram farpas sobre a atuação do Legislativo em casos impostos pelo Judiciário. Valdemar Costa Neto afirmou que a ação se tratava de uma clara perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, criticando a postura do presidente do Congresso por permitir que a PF invadisse gabinetes de deputados toda semana, enquanto Rodrigo Pacheco acusou Valdemar de usar a política para obter ganhos.
Além disso, o escândalo gerou um debate acalorado sobre a atuação do Legislativo e do Judiciário, com Valdemar Costa Neto defendendo que se houvesse outro presidente, a Polícia Federal não teria agido dessa forma. Por outro lado, Rodrigo Pacheco afirmou que é difícil manter diálogo com quem usa a política para obter ganhos de maneira indevida.
Este escândalo pode gerar grandes repercussões políticas, principalmente em um cenário de tensão entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.’).”