Estudo revela crescimento de grupos armados no Rio de Janeiro e crises internas que frearam expansão das milícias.

O Rio de Janeiro é palco de intensas disputas por território entre grupos armados, de acordo com um estudo que aponta um aumento significativo no controle dessas áreas por organizações rivais. Desde 2008, ano em que o levantamento teve início, a quantidade de território sob o domínio destes grupos mais que dobrou, porém, a partir de 2021, houve uma estagnação nesse crescimento, indicando que essas organizações estão tentando tomar áreas já controladas pelo crime.

A expansão das milícias, que eram as que mais cresciam até 2021, teria sido freada por crises internas, de acordo com a série histórica do Mapa dos Grupos Armados. Os conflitos internos dessas organizações teriam se intensificado com a morte de Ecko, então chefe da maior milícia do Rio, em junho de 2021. Essas divisões internas teriam proporcionado uma oportunidade para o Comando Vermelho identificar as disputas e tentar retomar territórios.

Os dados utilizados no estudo são baseados em chamados da população ao serviço do Disque Denúncia, evidenciando a presença do tráfico de drogas ou das milícias em determinadas áreas. No entanto, os percentuais de controle de território de cada grupo são aproximados, o que pode não refletir com precisão as mudanças no domínio territorial durante as disputas entre essas organizações.

Segundo especialistas, como Daniel Hirata, coordenador do GENI-UFF, o Comando Vermelho tem avançado de forma significativa na Baixada Fluminense, apostando em retomar áreas perdidas devido às crises internas das milícias. Por outro lado, José Cláudio Souza Alves, sociólogo e professor da UFFRJ, ressalta que as milícias continuam sendo as que mais crescem, apesar dos esforços do Comando Vermelho em recuperar espaços na Zona Oeste e na Baixada Fluminense.

Diante desse cenário, a violência e a fragilidade da segurança pública no Rio de Janeiro continuam sendo preocupações constantes, exigindo ações efetivas por parte das autoridades para combater essas organizações criminosas e garantir a segurança da população.

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