Estudo aponta que recifes de corais geram R$ 167 bilhões em economia ao Brasil, segundo pesquisa da Fundação Grupo Boticário.

Um estudo divulgado nesta terça-feira (31) revela que os recifes de corais geram bilhões de reais para o Brasil em economia, atuando na proteção costeira e no turismo. O levantamento inédito foi realizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em parceria com pesquisadores e ambientalistas.

De acordo com o estudo, os recifes de corais geram anualmente cerca de R$ 7 bilhões por meio do turismo, além de R$ 160 bilhões na proteção da costa. Eles são verdadeiros condomínios subaquáticos que abrigam diversas espécies marinhas e acumulam algas.

A concentração dos recifes de corais está no Nordeste brasileiro, ocupando uma área de aproximadamente 170 quilômetros quadrados entre o sul da Bahia e o Maranhão. Essas estruturas marítimas são essenciais na redução de danos causados por ressacas, alagamentos e erosões nas regiões costeiras.

O estudo também destaca a importância das políticas públicas voltadas para a conservação dos recifes de corais e a proteção da zona costeira. Cada quilômetro quadrado de recife é capaz de gerar R$ 941 milhões em danos evitados.

Os cientistas afirmam que a degradação dos recifes aumenta a vulnerabilidade da costa, principalmente em situações de eventos extremos, como tempestades, que podem causar grandes danos e perdas materiais e imateriais. As mudanças climáticas podem intensificar esses eventos, ampliando a energia das ondas e tornando os recifes ainda mais valiosos na proteção das comunidades marinhas.

Os recifes de corais não apenas protegem as comunidades costeiras, mas também possuem um valor econômico significativo. Segundo o estudo, a conservação e restauração dos recifes de corais representam uma parcela muito pequena em comparação aos custos gerados pela falta de proteção costeira.

O Brasil possui mais de 60 espécies de corais, algumas delas exclusivas do país, e parte desses ecossistemas é protegida por unidades de conservação marinha. Além disso, os recifes são fontes de matéria-prima para medicamentos, contribuem para a melhoria da qualidade da água e para a provisão de alimentos e meios de subsistência.

No entanto, os recifes de corais enfrentam diversas ameaças, como mudanças climáticas, poluição dos mares, turismo desordenado, pesca predatória, especulação imobiliária e espécies invasoras. O branqueamento causado pelo aquecimento e acidificação dos oceanos é uma das principais ameaças, reduzindo a capacidade reprodutiva e podendo levar à morte dos corais.

Os pesquisadores pretendem apresentar os resultados do estudo ao Ministério do Meio Ambiente, governos estaduais e prefeituras que possuem recifes de corais em suas costas marinhas. O objetivo é buscar medidas para a conservação desses ecossistemas e evitar maiores danos.

Em relação ao turismo, o estudo calculou as receitas geradas nos cinco principais destinos turísticos relacionados aos recifes de corais no Brasil. Segundo a projeção, cada quilômetro quadrado de recife saudável pode gerar até R$ 62,7 milhões ao ano em receitas associadas ao turismo de sol e praia e ao mergulho.

No entanto, o estudo alerta que os destinos com poucas opções de roteiro turístico podem ser mais impactados caso haja uma diminuição do turismo devido à deterioração dos recifes de coral. Por isso, é fundamental promover a conservação dos recifes de corais, considerando não apenas os benefícios econômicos, mas também os ecológicos e a preservação de um ecossistema único.

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