Estudo aponta aumento global da mutilação genital feminina, com África liderando o ranking de sobreviventes, segundo pesquisa em 31 países.

A África é o continente que abriga o maior número de sobreviventes de mutilação genital feminina, totalizando mais de 144 milhões de mulheres afetadas, de acordo com um estudo realizado em 31 países onde essa prática ainda é comum. Esse número supera os registrados na Ásia, com 80 milhões, e no Oriente Médio, com 6 milhões.

O aumento global desse problema é em parte impulsionado pelo crescimento populacional em certos países, mas o relatório também destaca avanços na redução da prevalência da mutilação genital feminina em algumas regiões. Países como Serra Leoa, Etiópia, Burkina Faso e Quênia apresentaram fortes quedas nesse índice, o que mostra progresso na luta contra essa prática nociva.

No entanto, em locais como Somalia, Guiné, Djibouti e Mali, altas taxas de mulheres entre 15 e 49 anos ainda são submetidas à mutilação genital, demonstrando a urgência de ações para combater essa violação dos direitos humanos. A chefe do Unicef, Catherin Russell, ressaltou a preocupante tendência de que meninas cada vez mais novas estejam sendo submetidas a essa prática, muitas vezes antes de completarem cinco anos de idade.

Para eliminar a mutilação genital feminina até 2030, conforme estabelecido pela Agenda da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, os avanços precisam ser multiplicados por 27. A mudança de normas sociais e práticas enraizadas ao longo de séculos é um desafio apontado por especialistas, que reconhecem a necessidade de intensificar os esforços para acabar com essa violência de gênero.

Em algumas sociedades, a mutilação genital feminina é considerada um rito de passagem necessário, enquanto em outros contextos é tida como um meio de controlar a sexualidade das meninas. A autora Claudia Coppa destaca a complexidade envolvida na eliminação dessa prática prejudicial e ressalta a importância de continuar lutando por um futuro livre da mutilação genital feminina.

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