De acordo com os dados do estudo publicado na revista científica Jama Ophthalmology, a neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA) apresentou uma taxa de 8,9% para os pacientes que faziam uso de semaglutida para diabetes tipo 2, em comparação com 1,8% para aqueles que utilizavam outros medicamentos para diabetes que não pertencem à classe GLP-1. Já para os pacientes que utilizavam semaglutida para sobrepeso ou obesidade, a taxa da condição ocular foi de 6,7%, comparada a 0,8% para os que recebiam outros tipos de medicamentos para a redução de peso.
A neuropatia óptica é uma condição que se desenvolve devido a um fluxo sanguíneo insuficiente para o nervo óptico, causando perda súbita e indolor da visão em um dos olhos. Após levar em consideração outros fatores de risco dos pacientes, como pressão alta e apneia obstrutiva do sono, o uso de semaglutida foi associado a um risco quatro vezes maior de neuropatia para aqueles que tomavam o medicamento para diabetes e sete vezes maior para os que o utilizavam para emagrecimento.
A Novo Nordisk, em comunicado, reconheceu as limitações do estudo e destacou que os dados não são suficientes para estabelecer uma associação causal entre o uso dos agonistas do receptor GLP-1 e a NOIA-NA. A farmacêutica dinamarquesa ressaltou que a condição não é considerada uma reação adversa para as formulações comerciais de semaglutida.
O estudo, que durou 36 meses e envolveu 710 adultos com diabetes tipo 2 e 979 pacientes em tratamento para perda de peso, desperta a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre os potenciais efeitos colaterais dos medicamentos, ressaltando a importância de equilibrar os benefícios e riscos no uso dessas substâncias.