Escassez de contratos de energia eólica gera disputa com usinas solares e impede novas negociações: setor pede apoio do governo

A indústria de energia eólica no Brasil tem enfrentado desafios diante da escassez de novos contratos de geração e da concorrência desleal que alegadamente sofre das usinas solares. Em busca de soluções para o setor, representantes da indústria eólica se mobilizaram para dialogar com o governo e buscar medidas que possam impulsionar o segmento.

Dentre os pedidos feitos ao governo, estão cortes de impostos para o parque fabril e medidas voltadas à exportação. No entanto, a inclusão de novos subsídios em um eventual pacote de socorro à indústria eólica tem gerado resistências na equipe econômica do governo, preocupada com o desequilíbrio nas contas públicas e com as distorções existentes na conta de luz.

Diante desse cenário, uma alternativa proposta pelo governo é a mudança nas linhas de crédito público, vislumbrando medidas que possam beneficiar o setor eólico sem prejudicar as usinas solares. A ideia é melhorar as condições para operações com mais conteúdo nacional, conferindo uma vantagem competitiva para as empresas que utilizam fábricas brasileiras intensivamente.

Dados da balança comercial revelam que o Brasil tem importado predominantemente placas solares da China, enquanto o desembarque de componentes eólicos representa uma parcela menor desse valor. Ambos os setores têm apresentado um crescimento significativo na matriz energética brasileira, porém a geração fotovoltaica tem avançado em ritmo mais acelerado do que a energia eólica desde 2014.

Para lidar com a baixa demanda e a competição desigual, o governo tem estudado a possibilidade de promover mudanças no crédito direcionado do BNDES, visando melhorar as condições para projetos com maior conteúdo nacional. Além disso, a formação de um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços tem sido essencial para buscar soluções em conjunto com representantes do setor.

No entanto, a busca por medidas que possam equilibrar a competição entre os setores e garantir a sustentabilidade da indústria eólica continua sendo um desafio a ser superado. A necessidade de encontrar soluções que estimulem o crescimento do setor sem comprometer as contas públicas e a estabilidade energética do país permanece como uma prioridade para o governo e para as empresas do setor de energia renovável.

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