Enchente histórica em Porto Alegre gera preocupação com crianças e adolescentes desabrigados; abrigos promovem atividades pedagógicas e culturais

A cidade de Porto Alegre enfrenta uma enchente histórica do lago Guaíba, que resultou em mais da metade dos bairros atingidos e 14 mil desabrigados, trazendo uma preocupação especial com as necessidades das crianças e adolescentes da capital gaúcha.

Diante desse cenário desafiador, os abrigos têm se mobilizado para desenvolver atividades pedagógicas e culturais que ajudem a amenizar a rotina desses jovens que perderam seus materiais escolares, brinquedos e a sensação de normalidade.

Uma dessas iniciativas é o Cine Abrigo, que surgiu a partir do grupo Olhar para a Infância, composto por voluntários artistas que se dedicam a proporcionar recreação e oficinas para as crianças desabrigadas.

Clara Iglezias, estudante de psicologia de 23 anos, relata que a primeira sessão do Cine Abrigo contou com a exibição do filme “Meu Malvado Favorito”, utilizando equipamentos emprestados como caixa de som e projetor. A autorização para realização do projeto nos abrigos foi facilmente obtida, visto o interesse das pessoas em atividades que promovam o entretenimento e o acolhimento.

Além das sessões de cinema, que incluem pipoca e até mesmo ingressos “de mentirinha” para imitar a experiência real, o grupo planeja em breve contratar pipoqueiros afetados pelas chuvas para participar do projeto. Os filmes mais apreciados pelas crianças foram Kung Fu Panda e Shrek, indicando uma preferência por produções de ação e comédia.

Outras atividades estão sendo realizadas nos abrigos, como salas de leitura, contação de histórias e brinquedoteca, com o objetivo de manter as crianças ocupadas e proporcionar momentos de diversão e aprendizado.

A preocupação das autoridades locais, representadas por José Paulo da Rosa, titular da Secretaria Municipal de Educação, é garantir a retomada das atividades escolares o mais breve possível nas regiões não afetadas pela enchente. Eles também buscam qualificar os espaços de acolhimento das crianças e adolescentes, promovendo um ambiente seguro e propício para enfrentar esse momento de adversidade.

Carolina Aguirre da Silva, presidente do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) de Porto Alegre, destaca a importância da volta às aulas nas regiões menos afetadas e do apoio na busca por locais seguros para atender as crianças prejudicadas. Além disso, ela ressalta a necessidade de doações para as instituições e famílias dos alunos que tiveram perdas durante as inundações.

A solidariedade e o empenho da comunidade e das autoridades locais são essenciais para ajudar as crianças e adolescentes a superarem esse momento de dificuldade e reconstruírem suas vidas após a enchente que assolou a cidade de Porto Alegre.

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