Em declaração inédita, Bolsonaro confirma solicitar a empresário divulgação de mensagem contrária às urnas eletrônicas.

O presidente Jair Messias Bolsonaro admitiu que pediu a um empresário para encaminhar uma mensagem que questiona as urnas eletrônicas. A revelação foi feita durante uma investigação da Polícia Federal sobre empresários que estavam discutindo um possível golpe de estado. No grupo de WhatsApp monitorado pela PF, foi encontrada uma mensagem enviada por um contato chamado “PR Bolsonaro 8”.

No texto, que ataca sem provas o sistema eleitoral brasileiro, o Tribunal Superior Eleitoral, o Supremo Tribunal Federal e os institutos de pesquisa, há um pedido para que a mensagem seja repassada ao máximo de pessoas. Questionado sobre a autoria da mensagem, Bolsonaro confirmou que enviou para o empresário identificado como Meyer.

“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O ministro Luís Roberto Barroso tinha falado no exterior sobre a derrota da proposta que pedia o voto impresso, eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse o ex-presidente ao jornal “Folha de S.Paulo”.

Essa revelação traz à tona novamente a polêmica em torno do voto impresso, uma das principais bandeiras defendidas por Bolsonaro. O presidente tem insistido que as urnas eletrônicas são suscetíveis a fraudes e que o sistema precisa ser aprimorado.

No entanto, diversas investigações e auditorias já foram realizadas para verificar a segurança do sistema eleitoral brasileiro, e todas têm confirmado a sua eficácia e a ausência de fraudes significativas nas eleições. O próprio TSE, responsável pela organização do pleito, tem reiterado a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Diante desses fatos, fica evidente que a disseminação de mensagens que questionam o sistema eleitoral sem fundamentação é uma estratégia para desacreditar as instituições democráticas. Essas acusações infundadas só contribuem para a corrosão da confiança no processo eleitoral e podem comprometer a democracia do país.

É preocupante que um ex-presidente da República esteja envolvido na divulgação desse tipo de mensagem, que não apenas ataca as instituições, mas também alimenta teorias conspiratórias sem evidências consistentes. Cabe às autoridades competentes investigar esse caso e tomar as medidas necessárias para evitar que a desinformação e a manipulação comprometam a integridade do processo eleitoral brasileiro.

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