Segundo especialistas, essas eleições representam um desafio para o chavismo, que enfrenta a maior força de preferência à oposição em 25 anos de revolução bolivariana. No entanto, os obstáculos enfrentados pela oposição ao longo do processo eleitoral levantam dúvidas sobre os resultados finais.
Desde a eleição primária em 2023, a oposição vem denunciando a atuação do governo para obter vantagens nas eleições, como a desqualificação da opositora María Corina Machado, que venceu as primárias, mas foi impedida de registrar sua candidatura. Além disso, a oposição tem enfrentado perseguições, com várias detenções de pessoas ligadas a líderes opositores.
Outras instituições do Estado, como o órgão de arrecadação de impostos, Seniat, também foram acusadas de sancionar estabelecimentos que prestaram serviços à campanha da oposição. A limitação ao voto no exterior, somada à restrição de partidos autorizados a indicar candidatos, levanta questionamentos sobre a transparência do processo eleitoral.
Mesmo com vantagem nas pesquisas, a mobilização dos eleitores será crucial para determinar o resultado final. Enquanto a oposição conta com uma mobilização espontânea e voluntarista, o chavismo possui recursos, máquina e capacidade de pressão para motivar seus seguidores a votar.
Diante desse cenário complexo, as eleições presidenciais na Venezuela são consideradas “semi-competitivas” pelos especialistas, e o desfecho dependerá da capacidade de organização, mobilização e controle institucional de ambos os lados. A população venezuelana aguarda ansiosamente o desfecho dessas eleições e o impacto que terão no futuro do país.