Economia da Argentina tem queda de 3,9% em junho, impactada por medidas de austeridade e inflação de três dígitos

A economia argentina enfrentou uma queda de 3,9% em junho deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados recentemente. Esse resultado surpreendeu analistas que esperavam uma contração de 1,9%, mostrando que a economia sul-americana está passando por um período desafiador.

A implementação de medidas de austeridade pelo presidente Javier Milei, com o objetivo de controlar a inflação de três dígitos, afetou diretamente o consumo e setores vitais como a construção e a indústria. No entanto, o setor agrícola e pecuário apresentou um crescimento significativo de 82% em junho, impulsionado pela produção de grãos.

Desde dezembro, o consumo e a atividade econômica têm diminuído, impactados pela desvalorização do peso argentino e pelos cortes orçamentários. A venda no varejo teve uma queda de 15% em julho em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Câmara Argentina da Média Empresa. Além disso, mais de 600 mil pessoas deixaram de contribuir com a Seguridade Social nos últimos seis meses, o que pode indicar uma perda de empregos ou uma transição para o trabalho informal.

No entanto, houve um alívio em relação à inflação, que atingiu a marca mensal mais baixa dos últimos dois anos e meio, ficando em 4% em julho. O índice de preços ao consumidor nos últimos 12 meses alcançou 263,4%, um dos mais altos do mundo, com um total de 87% nos primeiros sete meses do ano.

O presidente Milei comemorou os dados de inflação, destacando que a recessão pode ter atingido seu pior momento em abril e maio. A situação econômica da Argentina permanece desafiadora, exigindo medidas eficazes para estimular o crescimento e a recuperação do país.

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