O ritmo acelerado da sociedade atual, impulsionado por avanços tecnológicos e mudanças culturais, tem levado a uma busca incessante por mais atividades em menos tempo. Isso acaba afetando a disponibilidade e a qualidade do sono, gerando dificuldades para relaxar e desligar, o que resulta em queixas cada vez mais comuns sobre distúrbios do sono, como insônia e sono curto.
No Brasil, estudos revelam que a maioria da população adulta tem pelo menos uma queixa relacionada ao sono, o que equivale a cerca de 108 milhões de pessoas. A prevalência de insônia em brasileiros com mais de 50 anos é alta, assim como a tendência de sono curto em pessoas entre 40 e 59 anos e sono longo em indivíduos com 60 anos ou mais. Essas alterações no sono podem afetar negativamente o desempenho cognitivo, prejudicando habilidades como função executiva, memória e fluência verbal.
Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, as preocupações com doenças neurodegenerativas, como demência, têm ganhado destaque. Estudos apontam que fatores modificáveis, como o sono, podem influenciar o desempenho cognitivo, que tende a diminuir com a idade.
Uma pesquisa recente investigou a associação entre distúrbios do sono e desempenho cognitivo em adultos e idosos, revelando que durações menores ou maiores que sete horas de sono estão associadas a um pior desempenho em todas as habilidades cognitivas. Além disso, a insônia foi associada a uma pior função executiva, memória e cognição global, afetando tanto adultos de meia-idade quanto idosos.
Estudos como este são importantes para identificar fatores que podem contribuir para o declínio cognitivo e para promover um envelhecimento saudável. Portanto, cuidar do sono e buscar um equilíbrio na duração e qualidade do descanso pode ser fundamental para preservar as funções cognitivas ao longo da vida.