A decisão unânime do Copom de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, chegando a 10,75% ao ano, foi justificada pelo cenário econômico brasileiro. O comitê enfatizou a necessidade de uma política de juros mais contracionista para controlar a inflação, devido à resiliência da economia, às pressões no mercado de trabalho, ao aumento das projeções inflacionárias e às expectativas acima da meta buscada.
No cenário internacional, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, promoveu o primeiro corte nas taxas desde 2020, diminuindo em 0,50 ponto. Essa divergência de posturas entre os bancos centrais favorece investimentos em “carry trade”, estratégia na qual investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam em moedas de países com taxas elevadas.
A expectativa é que a Selic encerre 2025 em torno de 11%, conforme projeções de economistas consultados pelo Banco Central. A atenção dos investidores está voltada para a divulgação de importantes indicadores econômicos nesta semana, como o IPCA-15, o Caged e a Pnad Contínua no Brasil, além do PCE nos EUA. Os dados do PIB americano também são aguardados, juntamente com o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego.
No âmbito fiscal brasileiro, o governo liberou gastos no próximo ano e reverteu o contingenciamento feito em julho, o que impactou os mercados e gerou preocupações sobre a situação fiscal do país. Esses eventos têm impulsionado os prêmios nos ativos brasileiros, como os juros futuros e o câmbio.
Com informações da Reuters, os agentes financeiros permanecem atentos aos desdobramentos econômicos, em um cenário marcado pela volatilidade e incertezas sobre o futuro da economia brasileira e global.