Divisão da direita: Bolsonaro e família são criticados por falta de suporte ao PL do aborto, gerando repercussão negativa.

O recente posicionamento dos Bolsonaro em relação ao PL do aborto trouxe à tona uma divisão dentro da direita política, gerando repercussões negativas. A falta de suporte ao projeto por parte da família presidencial é interpretada como uma estratégia para evitar associações com a polêmica em torno da possibilidade de mulheres vítimas de estupro receberem penas mais severas do que os próprios estupradores, caso a proposta seja aprovada na íntegra. Enquanto a pena máxima para homicídio simples pode chegar a 20 anos, a do estuprador não ultrapassa os 12 anos.

Diante das críticas e questionamentos, tanto Michelle quanto Jair Bolsonaro optaram por não se manifestar publicamente sobre o assunto. No entanto, a ex-primeira-dama utilizou suas redes sociais para expressar sua posição contrária à liminar do ministro Alexandre de Moraes, que permitiria a realização da assistolia fetal, procedimento que interrompe os batimentos cardíacos do feto em gestações mais avançadas, viabilizando o aborto.

A postagem de Michelle também convoca seus seguidores a se unirem em oração para que os responsáveis pelas decisões judiciais considerem os princípios divinos e restabeleçam a validade da resolução do Conselho Federal de Medicina. A ex-primeira-dama ressalta a gravidade da prática, que é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde.

Durante um evento em Teresina, no Piauí, Michelle reforçou sua posição contrária à assistolia fetal, sem direcionar seus comentários explicitamente ao PL do aborto. Afirmou que é necessário lutar contra esse método cruel, que, em suas palavras, representa um ato de crueldade e maldade, ao permitir o que ela descreve como o assassinato de bebês no ventre.

Desta forma, os Bolsonaro se posicionam firmemente diante da questão do aborto, buscando manter uma postura alinhada com seus princípios e convicções, mesmo diante das críticas e pressões da opinião pública.