Essas medidas foram revertidas em parte, levando Maduro a convocar uma Assembleia Constituinte que finalmente decretou a dissolução da Assembleia Nacional. Além disso, a Procuradora Geral foi destituída, a imunidade do presidente da Assembleia, Juan Guaidó, foi retirada e os principais partidos da oposição tiveram seus registros cancelados, impedindo-os de participar das eleições, o que contribuiu para a crise de 2019.
A situação atual da Venezuela evidencia a continuidade das práticas ditatoriais de Maduro. No entanto, surge a questão: quais são as chances do país se redemocratizar diante desse cenário?
Durante a chamada terceira onda da democracia na América Latina, entre 1974 e 1999, diversos padrões de transição à democracia foram observados em diferentes países da região. Em alguns casos, como no Brasil, Chile e Uruguai, o processo foi negociado, garantindo certas prerrogativas às elites autoritárias incumbentes.
No entanto, a situação da Venezuela se mostra mais complexa, pois o regime de Maduro está politicamente enfraquecido e envolvido em atividades criminosas, que vão além dos crimes políticos, incluindo narcotráfico e lavagem de dinheiro. Além disso, o regime não controla partes do estado e do território, o que dificulta negociações efetivas.
Diante desse contexto, é improvável que ocorra uma saída negociada para a crise na Venezuela, pois o país se encontra em uma situação bastante delicada, que envolve não apenas questões políticas, mas também econômicas e de segurança. A redemocratização do país dependerá de mudanças significativas em sua estrutura de poder e na postura das autoridades governamentais.