Disputa pela vaga de professor titular gera conflito entre aluno e professor na Teoria Geral do Estado.

Na disputa pelo cargo de professor titular da Teoria Geral do Estado em 2003, os agora ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, se enfrentaram e geraram muita polêmica. Moraes, na época um aluno, competia diretamente com Lewandowski, que já era professor na instituição.

Segundo relatos, Moraes ficou em quarto lugar na banca de avaliação, enquanto Lewandowski foi aprovado, causando ruídos e descontentamento entre os dois. O jornalista Bilenky, em um podcast, revela que, após esse ocorrido, as coisas foram se acalmando aos poucos, e os dois acabaram se reaproximando.

Em 2016, os caminhos dos dois se cruzaram novamente, desta vez como membros do STF, com Lewandowski como presidente da corte e Moraes como ministro da Justiça. Neste momento, a repórter menciona as diferenças entre os dois em relação ao entendimento do direito. Enquanto Lewandowski possui uma postura garantista, tendo uma tendência a votar a favor do réu, Moraes é mais punitivista, defendendo, por exemplo, a prisão após condenação em segunda instância.

A indicação de Moraes ao STF reuniu os dois novamente, e, de acordo com Bilenky, a política acabou contribuindo para uma aproximação entre eles. O impacto da Lava Jato na política nacional, com desdobramentos que atingiram o então presidente Michel Temer, fez com que muitos que antes apoiavam a operação passassem a se posicionar contra ela, alterando toda a constelação política do país.

Assim, a trajetória de Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, que começou com um conflito acadêmico, evoluiu para uma relação mais próxima, moldada pelas reviravoltas da política brasileira e pelos diferentes posicionamentos jurídicos de cada um.

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