Discussão sobre a redução do alcance do benefício do quinquênio para juízes e membros do MP gera polêmica e impacto bilionário.

No cenário político atual, a discussão em torno da reforma administrativa ganha destaque, especialmente após o desastre no Rio Grande do Sul. Antes mesmo do ocorrido, já se cogitava a possibilidade de reduzir o alcance do benefício do quinquênio apenas para juízes e membros do Ministério Público, visando facilitar a sua aprovação. A proposta em questão não abrangeria integrantes de cortes de contas, advogados públicos, defensores públicos, delegados da Polícia Federal, entre outros.

De acordo com dados do PT, a implementação do substitutivo aprovado na CCJ teria um impacto significativo nas contas públicas, chegando a 5 bilhões de reais para a União. Esse valor, segundo o documento do partido, equivaleria ao benefício de 621 mil famílias pelo Bolsa Família. Além disso, representaria 2,32% de toda a despesa discricionária prevista para 2024, recursos destinados à execução de políticas públicas federais.

Um estudo da Consultoria de Orçamentos do Senado aponta ainda que a PEC do quinquênio poderia gerar um impacto de R$ 10,3 bilhões em 2024, sendo R$ 2,6 bilhões para a União e R$ 7,7 bilhões para os estados. Caso a proposta fosse ampliada para outras carreiras, o impacto total poderia chegar a R$ 25,8 bilhões no mesmo ano, afetando tanto a União quanto estados e municípios.

Diante desse cenário, o PT alerta para os possíveis impactos negativos da medida, como o rombo previdenciário, a fragilização do teto constitucional e a criação de distorções nos salários do serviço público. Além disso, o documento ressalta a preocupação com a situação específica do Rio Grande do Sul, onde o subsídio médio do magistrado estadual e a quantidade de quinquênios em atividade e aposentadoria poderiam resultar em um impacto anual de aproximadamente R$ 123 milhões apenas no Judiciário estadual.

Essas questões levantam debate sobre a viabilidade e os efeitos da proposta do quinquênio, colocando em pauta a necessidade de uma análise criteriosa e aprofundada sobre as repercussões da possível aprovação da medida.

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