Apesar da preocupação, o diretor enfatizou que o Banco Central não tem uma meta de câmbio e que a taxa de câmbio flutuante está disponível para absorver mudanças provenientes de reprecificações, sejam elas causadas por questões domésticas ou estrangeiras.
Durante a sessão, o dólar chegou a atingir R$ 5,585, em um dia marcado por uma disputa entre agentes do mercado pela formação da Ptax, uma taxa de câmbio utilizada pelo BC como referência para a liquidação de contratos futuros. Galípolo ressaltou que a autoridade monetária está atenta a possíveis disfuncionalidades no mercado de câmbio e está monitorando de perto a performance do real em relação a outras moedas.
Segundo Galípolo, há diversas razões que podem explicar a maior desvalorização do real, incluindo questões internas como ruídos e desacordos políticos, como o racha ocorrido na reunião do Copom em maio. Ele também mencionou a liquidez do mercado brasileiro, que historicamente torna o Brasil um alvo para investidores em momentos de incerteza.
Em relação às intervenções do Banco Central no mercado cambial, em 2023 não foram realizados leilões extras de dólar, o que representou a menor intervenção da autoridade monetária desde a adoção do regime de câmbio flutuante em 1999. No entanto, em abril deste ano, o BC vendeu 20 mil contratos de swap cambial em um leilão adicional, totalizando US$ 1 bilhão em intervenção.
A postura do Banco Central diante das variações cambiais e a situação do real em relação ao dólar continuam sendo tema de discussão e acompanhamento por parte dos especialistas do mercado financeiro e economistas.