O Mapa Autismo Brasil, divulgado no último sábado, coletou 1.699 respostas de autistas adultos e seus familiares do Distrito Federal. O objetivo era traçar um panorama sobre o diagnóstico, as adaptações escolares, os tipos e custos das terapias, a renda e a profissão dos pacientes e de seus eventuais cuidadores. Vale ressaltar que essa pesquisa é um projeto-piloto de um mapeamento nacional que terá início em 2024.
Segundo os dados levantados, em 77,4% dos casos, o diagnóstico foi realizado na rede privada. Isso pode ser explicado pelo fato de que a pesquisa foi realizada por meio de um questionário online, o que pode ter atraído mais famílias de renda média e alta, que possuem maior acesso a clínicas e planos de saúde privados. No entanto, a realidade demonstra que a busca por especialistas na rede pública para conseguir o diagnóstico é um desafio em todo o país.
A pesquisa também revelou que a identificação do transtorno ocorre, em média, antes dos cinco anos em 54,7% dos autistas. No entanto, houve uma disparidade significativa entre meninos e meninas, com a idade média do diagnóstico sendo de 7 anos para meninos e 14 anos para meninas. Essa diferença sugere uma falta de conhecimento sobre as manifestações do autismo no sexo feminino.
Quanto às terapias, mais de 67% das famílias utilizam o plano de saúde para custear parte ou todas as sessões. No entanto, o tempo de terapia disponibilizado tanto pela rede pública quanto pela privada ainda é considerado insuficiente por especialistas.
Diante desse cenário, é fundamental repensar as políticas de saúde para garantir um acesso mais equitativo ao diagnóstico e às terapias para autistas. A conscientização e a capacitação dos profissionais de saúde e educação também se mostram essenciais para atender adequadamente essa população tão vulnerável.