O Governo do Estado de São Paulo, responsável pela manutenção do rio e seu entorno, se manifestou através da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, atribuindo as alterações observadas na água e na margem ao período chuvoso, que normalmente acarreta um maior volume de lixo escoado. Além disso, desde 2019 mais de 650 mil imóveis que despejavam esgoto no rio Pinheiros foram conectados à rede de tratamento da Sabesp.
A deterioração do rio Pinheiros também impactou a vida dos frequentadores da ciclovia Franco Montoro e do Parque Linear Bruno Covas, localizados nas margens do rio. Engenheiros, fisioterapeutas e mecânicos que há anos utilizam essas áreas reclamaram do retorno do mau cheiro e da sujeira, além de apontarem problemas causados pelas obras de contenção das margens.
No entanto, nem tudo são más notícias. A retomada do processo de despoluição do rio Pinheiros nos últimos anos trouxe de volta espécies animais à região, como capivaras, preás, quero-queros e até mesmo peixes, que são um sinal de que as águas estão se recuperando. Biólogos e ambientalistas observaram a presença de pelo menos dez espécies animais na margem e nas águas do rio Pinheiros, com destaque para a observação de três espécies de peixes na foz do córrego das Corujas, na altura do bairro de Pinheiros.
No entanto, a presença de tilápias, cascudos e até mesmo bagres africanos, peixes exóticos prejudiciais à fauna nativa, indica que o rio ainda carece de melhorias em sua qualidade da água, uma vez que os peixes estavam em busca de águas menos poluídas e com maior concentração de oxigênio. A situação ainda demanda um esforço contínuo de despoluição e revitalização do rio Pinheiros, para que as melhorias observadas nos últimos anos sejam efetivamente consolidadas.