Frequentemente, escrevo sugerindo que o pequeno investidor procure melhorar seu retorno, com baixo risco, aproveitando-se dos retornos mais altos que bancos médios proporcionam. Nestes artigos, sempre surgem comentários de indivíduos que desconhecem as três questões acima e replicam o que ouviram falar de pessoas que também desconhecem sobre o que falaram. Situação similar àquela brincadeira de criança quando uma conta algo no ouvido da outra e quando chega ao final há uma informação completamente diferente.
Então vamos aos fatos. Mas eu não vou dar de bandeja. Vou testar seus conhecimentos primeiro.
Aproximadamente, quantas instituições financeiras quebraram em média por ano desde que o FGC foi criado em 1995?
a) 1,39 instituições por ano;
b) 3,39 instituições por ano;
c) 5,39 instituições por ano;
d) 7,39 instituições por ano;
Desde 2015, qual o tempo médio de pagamento da indenização aos investidores, depois que é decretada a intervenção pelo Banco Central?
a) 1 mês
b) 2 meses
c) 3 meses
d) 6 meses
Quando você investe em um título com garantia do FGC, o que está garantido como indenização até o limite de R$ 250 mil por emissor?
a) O principal investido e o rendimento obtido até a data da decretação de intervenção pelo Banco Central;
b) O principal inicialmente investido;
c) O rendimento obtido até a data da decretação de intervenção pelo Banco Central;
Usualmente, quando se investe nos títulos emitidos por grandes bancos, o investidor dificilmente ganha mais de 100% do CDI em produtos tributados ou mais de 95% do CDI em produtos isentos.
Já em produtos similares emitidos por bancos médios o ganho chega a superar os 120% do CDI. Este retorno 20% maior mais que compensa o risco, que no caso é praticamente zero se você investe dentro da garantia como vou explicar.
Lembro que nem todo produto emitido por banco tem garantia do FGC. Os únicos produtos de investimento dentro da garantia são: caderneta de poupança, CDB, RDB, LC, LCI, LCA e LH.
A quebra de um banco tem forte impacto. Portanto, apesar de quebrarem poucos, o impacto nos leva a acreditar que quebram muito mais instituições do que realmente ocorre.
Desde a criação do FGC, em 1995, a média de instituições que quebraram é de apenas 1,39 ao ano. No passado, o número era maior e por isso esta média supera 1 banco por ano. Se considerarmos desde o ano 2000, quebra menos de uma instituição por ano.
Existem mais de cem instituições financeiras no país. Portanto, é possível assumir a probabilidade de menos de 1% de quebra de um instituição financeira por ano.
Apesar desta baixa probabilidade, muitos também não investem bancos médios, pois têm medo de demorar a receber a indenização.
Com a informatização e a exigência de custódia na Cetip para todos os títulos bancários, a média de pagamento desde 2015 tem sido de 30 dias. Apenas 1 mês é o prazo, com probabilidade menor que 1%, que você corre o risco de ficar sem receber rendimento.
Convenhamos, essa probabilidade é bem baixa. Mas, vamos supor que ocorra. Então qual o seu risco? Apenas o de não receber a rentabilidade por este mês, caso esteja dentro do limite do FGC.
Quando o pior ocorre e você está dentro do limite, recebe de indenização o principal investido e a rentabilidade até a decretação de intervenção pelo Banco Central, limitado ao valor de R$ 250 mil. Assim, você não perde o retorno do investimento. O único retorno que não ganha é o do prazo médio de 30 dias depois da decretação de intervenção.
Assim, a alternativa correta em todas as três perguntas acima é a alternativa A. Todas estas informações estão disponíveis no site do FGC. Portanto, pare de ouvir besteiras e consulte a fonte oficial de informação.
Outra informação falsa e para passar medo é a de que o FGC não teria condição de cobrir a garantia. As pessoas que falam esta bobagem, fazem a conta errada. O FGC não garante todo o sistema financeiro. Apenas os investimentos nos títulos citados acima e limitados ao valor de R$ 250 mil são cobertos.
As pessoas que falam estas bobagens consideram na conta os milhões de títulos que empresas de qualquer natureza investem. Mas, estas só têm garantia até os R$ 250 mil. Assim, os recursos do FGC são capazes de cobrir completamente os pequenos investidores.
Portanto, aproveite para melhorar a rentabilidade de sua carteira, dividindo os recursos em algumas instituições médias que remuneram melhor.