Esses aldeamentos, inicialmente coordenados por autoridades laicas, logo contaram com a participação de missões religiosas, incluindo jesuítas, capuchinhos, dominicanos e até mesmo a Igreja Luterana em alguns casos. A intenção era fornecer aos indígenas artigos de subsistência, como roupas, sementes e ferramentas, visando uma adaptação ao modo de vida ocidental, principalmente ao trabalho agrícola.
No entanto, a imposição do idioma português e a tentativa de assimilação cultural eram vistos como benéficos na época, sem considerar a resistência e a importância da manutenção da língua nativa para as comunidades indígenas. A Lei de Terras de 1850 foi um marco neste processo, legalizando terras que antes eram ocupadas pelos indígenas e resultando na venda desses territórios a preços injustos para grandes fazendeiros.
Muitos indígenas não permaneciam nos aldeamentos, indo e vindo e até realizando incursões guerreiras às colônias. A alocação de grupos rivais nos mesmos aldeamentos gerava conflitos e deserções, evidenciando a falta de compreensão das lideranças da época em relação à diversidade e particularidades das comunidades indígenas, que eram frequentemente estereotipadas como “selvagens”.
Assim, a criação dos aldeamentos indígenas no Rio Grande do Sul representou um capítulo controverso na história do país, marcado por tentativas de assimilação cultural e territorial que nem sempre respeitaram a identidade e os direitos dos povos originários.