A exoneração de Linhalis foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 22. Segundo informações fornecidas à imprensa pelo próprio deputado, a discrepância de opiniões em relação à segurança jurídica no campo foi o motivo por trás de sua saída. Enquanto ele defende o endurecimento da legislação e a segurança jurídica para os produtores rurais em relação às invasões de terra, a liderança do governo seguia em direção oposta.
Atualmente, o governo conta com 19 vice-líderes na Câmara, sendo Linhalis um deles. Com sua saída, o número passa para 18. O líder do governo na Casa é o deputado José Guimarães (PT-CE).
O projeto relatado por Linhalis, que está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, tem como objetivo permitir que os proprietários rurais acionem a polícia para retirar invasores das terras sem necessidade de ordem judicial. A votação dessa proposta estava prevista para a semana passada, mas acabou sendo adiada diante de um suposto acordo da oposição para evitar temas polêmicos logo após a aprovação de outro projeto relacionado a invasões de propriedades rurais.
Diante do contexto de tensão envolvendo o MST e os produtores rurais, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pretende retomar a pauta nesta semana, especialmente durante o chamado “Abril Vermelho”, período em que o movimento intensifica suas ações. Além disso, a relação entre o Executivo e o Legislativo também está em destaque, com atritos entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, assim como o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Diante desse cenário de confronto e negociações nos bastidores, o desfecho dessa crise política ainda é incerto. O embate entre os poderes, os interesses em jogo e as articulações políticas serão temas a serem acompanhados de perto nos próximos dias.