Durante reuniões do conselho que participou, Abduch sugeriu que a Fundação contratasse uma pesquisa de mercado para entender a percepção da população sobre a TV Cultura. Ele enfatiza que sua atuação como conselheiro será pautada pela neutralidade da emissora, afirmando que buscará estabelecer um diálogo com 100% da população, e não apenas com uma parcela dela. Apesar de não comentar as acusações de colegas bolsonaristas de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e de alinhamento da emissora a pautas de esquerda, Abduch acredita que a TV Cultura conseguirá atrair mais audiência e patrocinadores se atuar de forma imparcial, o que por consequência diminuirá a necessidade de recursos públicos.
No entanto, a atuação de Abduch no conselho curador da Fundação Padre Anchieta não tem sido tranquila. A secretária de Cultura de São Paulo, Marilia Marton, tem protagonizado episódios de atrito junto aos conselheiros. Durante uma reunião em junho, a secretária tentou intimidar os conselheiros ao ameaçar descobrir quem havia vazado informações para a imprensa, gerando um clima de tensão no conselho. Esse episódio também revelou que a gestão de Tarcísio de Freitas tentou indicar o cineasta conservador Josias Teófilo para o conselho, mas recuou diante da forte reação negativa.
A nomeação de Tomé Abduch para o conselho curador da Fundação Padre Anchieta tem gerado discussões e questionamentos sobre a influência política na gestão da TV Cultura. Enquanto alguns acreditam que sua presença pode garantir uma atuação mais imparcial da emissora, outros temem que haja interferência na linha editorial e que a TV Cultura se alinhe a pautas bolsonaristas. A nomeação de Abduch certamente continuará sendo debatida e acompanhada de perto nos próximos meses.