O cenário político da cidade de São Paulo tem sido marcado por troca de acusações entre pré-candidatos e autoridades municipais. Recentemente, o deputado Guilherme Boulos sugeriu que a política do também pré-candidato a prefeito Ricardo Nunes em relação às pessoas em situação de rua deveria ser alvo de investigação. Em uma publicação, Boulos expressou sua opinião de que as ações de Nunes em relação a essa população precisam ser analisadas mais de perto, em contraposição à investigação de Padre Júlio Lancelotti.
Como resposta, o prefeito de São Paulo rebateu as declarações de Boulos, classificando-as como “dissimuladas” e “irresponsáveis”. Nunes acusou o deputado de apoiar um regime ditatorial na Nicarágua, destacando um posicionamento político mais amplo em suas críticas. Segundo ele, Boulos estaria usando a figura do padre para promover-se politicamente.
Porém, as controvérsias não se limitam a esse embate entre os políticos. Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes, que busca investigar o trabalho de ONGs que agem na região central de São Paulo, especialmente na área da cracolândia. De acordo com Rubinho, as ações das ONGs estão diretamente relacionadas à expansão da cracolândia. Ele também criticou a distribuição de instrumentos para consumo de drogas, considerando-os como medidas “estúpidas”.
Na Câmara Municipal da capital paulista, a CPI precisaria de pelo menos 19 assinaturas para ser instalada. O requerimento apresentado por Rubinho obteve a adesão de 22 parlamentares, sugerindo que a proposta possui apoio suficiente para seguir adiante.
Diante desse cenário de tensão política e discordâncias públicas, a cidade de São Paulo se vê diante de uma série de questionamentos sobre as políticas públicas em relação à cracolândia e às pessoas em situação de rua. As próximas semanas prometem ser marcadas por debates acalorados e intensos embates entre os diferentes atores políticos envolvidos.