Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver um agente da Guarda Municipal disparando jatos de spray contra a deputada e pessoas próximas. Além disso, a deputada afirmou ter sido atingida por estilhaços de bala de borracha e gás lacrimogêneo. “Acabo de ser agredida pela Guarda Municipal do prefeito bolsonarista Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre. Levei tiro de bala de borracha e muito gás lacrimogêneo, enxergando somente por um olho”, disse Laura Sito.
De acordo com militantes presentes no local, eles buscavam levar alimentos para as pessoas que estavam ocupando o prédio, mas foram impedidos pelos agentes da Guarda Municipal, o que resultou em uma confusão. O Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), que está envolvido na ocupação, afirma que o prédio deveria ser reformado pela prefeitura para abrigar atividades artísticas. No entanto, segundo o movimento, o imóvel encontra-se abandonado e há o receio de que seja vendido pelo município.
Em resposta às denúncias, a Prefeitura de Porto Alegre afirmou que o grupo ocupa o edifício de forma irregular e que já está negociando para recuperar o imóvel. O secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado, afirmou que há uma decisão de destinar o prédio para habitação social, mas lamentou que o processo não tenha sido conduzido por meio de uma mesa de negociação.
A bancada do PT na assembleia gaúcha repudiou a ação da Guarda Municipal e cobrou uma apuração imediata dos agentes envolvidos no caso. Segundo a bancada, não houve nenhuma ação dos movimentos sociais que justificasse a intervenção ostensiva da Guarda Municipal. A Prefeitura de Porto Alegre anunciou a abertura de um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do conflito e afirmou que este tipo de abordagem não condiz com as ações da corporação, que são pautadas no diálogo e na segurança de todos os envolvidos.