Em julho de 2021, as denunciadas teriam compartilhado informações privilegiadas com a organização criminosa. Segundo as investigações, elas teriam fornecido detalhes sobre a agenda do prefeito Eduardo Paes na zona oeste, possibilitando que a milícia retirasse seus integrantes das ruas. Além disso, teriam tentado manter uma brecha no transporte alternativo municipal, visando aumentar a arrecadação das vans controladas pela milícia.
O Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que as acusadas recebiam informações sobre investigações em andamento e tentavam interferir nelas. Em novembro de 2021, Lucinha teria auxiliado na liberação de membros do grupo que foram presos em flagrante, além de ter tentado afastar comandantes policiais que combatiam a organização criminosa. Durante um período de nove meses, elas teriam se reunido diversas vezes com lideranças da milícia para planejar ações na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A deputada Lucinha teria nomeado como assessores em seu gabinete indivíduos ligados à milícia e seus familiares, entre os anos de 2021 e 2023, o que teria fortalecido a influência do grupo no âmbito do poder público. As acusadas podem ser enquadradas no crime de constituição de milícia privada, com penas que variam de 5 a 10 anos de prisão, além da perda da função pública.
Em dezembro do ano passado, Lucinha foi afastada do cargo, mas a decisão judicial foi derrubada em fevereiro deste ano em uma sessão na Alerj. O UOL entrou em contato com a deputada Lucinha Barros para obter um posicionamento sobre as denúncias, porém até o momento da publicação não houve resposta. A defesa de Ariane Lima também não foi localizada para comentar o caso. O espaço permanece aberto para manifestações das partes envolvidas.