Segundo o historiador Paulo Henrique Martinez, o SNI foi criado em um momento de paranoia anticomunista e de transição da estratégia de “contenção e retaliação” para a “repressão e contra-ataque” na América Latina. A principal função do SNI era a “segurança nacional” e a identificação e repressão de possíveis inimigos internos. A paranoia anticomunista levou à perseguição de críticos, opositores e denunciantes do regime.
O SNI teve um papel crucial na criação da imagem do regime militar como incorruptível, manipulando informações e controlando a mídia para promover uma narrativa de moralidade e eficiência dos militares no poder. Além disso, o SNI atuava na censura e na repressão, participando de operações de rua e até mesmo de torturas.
O órgão foi extinto em março de 1990, após a redemocratização do país. Durante os anos em que esteve ativo, dois chefes do SNI se tornaram presidentes do Brasil: Emílio Garrastazu Médici e João Baptista Figueiredo.
A estrutura do SNI era complexa e hierárquica, com divisões especializadas e agentes infiltrados. Seu modus operandi incluía grampos telefônicos, censura postal e vigilância sobre diversos setores da sociedade. O SNI participava ativamente das ações repressivas e violentas da ditadura, colaborando com órgãos como o DOI-Codi e envolvendo-se em práticas de tortura e violações dos direitos humanos.
Em suma, o SNI foi um instrumento de controle, repressão e perseguição durante a ditadura militar no Brasil, contribuindo para a manutenção do regime autoritário e para a construção de uma imagem positiva dos militares no poder. Sua extinção marcou o fim de uma era de vigilância e intimidação no país.