Um levantamento da Gallup Polls, divulgado em agosto, revelou que 67% dos estadunidenses apoiam os sindicatos. Além disso, em 2022, esse índice aumentou para 70%, o maior desde 1965. Apesar de uma pequena queda, a visão positiva sobre os sindicatos é muito maior do que em 2009, quando o apoio chegou ao menor nível histórico, com apenas 48%.
Especialistas acreditam que as vitórias acumuladas este ano podem levar a uma onda de sindicalização no país. No entanto, o professor Jack Fiorito, ao ser questionado sobre o assunto, demonstrou cautela em relação às previsões. Ele destacou que fazer previsões é um jogo perigoso e relembrou um pronunciamento do presidente da Associação Econômica Americana em 1932, quando ele não via como os sindicatos, em declínio na época, conseguiriam dar a volta por cima. No entanto, nos 15 anos seguintes, os sindicatos quintuplicaram suas filiações.
Fiorito explicou que não vê nenhuma evidência clara de uma reversão, mas que existe potencial para que este seja o início de uma reviravolta para os sindicatos. Além disso, uma nova regra criada pelo Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA, que entra em vigor no próximo mês, tornará mais fácil a formação de sindicatos em empresas que operam com franquias ou com contratantes independentes, como no caso do McDonald’s e da Amazon.
Em entrevista ao Brasil de Fato em julho deste ano, Duncan Crabtree-Ireland, diretor executivo e negociador chefe do SAG-AFTRA, o sindicato dos atores, afirmou que o tempo em que as empresas podiam esmagar os trabalhadores acabou. Ele enfatizou a importância de os trabalhadores e as pessoas em geral se levantarem e exigirem um tratamento justo por parte das empresas. A declaração de Duncan mostra que a questão da valorização dos trabalhadores está ganhando cada vez mais destaque e levando a mudanças significativas nas relações trabalhistas nos Estados Unidos.