Corte de profissionais compromete previsão do tempo e combate a catástrofes climáticas no Inmet; apenas dois meteorologistas restaram.

Em meio aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) enfrenta a demissão de 40 profissionais terceirizados, incluindo meteorologistas, em meio aos problemas de falta de recursos. Isso coloca em risco a coleta de informações meteorológicas e o trabalho de previsão do tempo, essencial para o combate das catástrofes climáticas, como as recentes chuvas no Rio Grande do Sul.

A demissão dos profissionais terceirizados foi motivada por atrasos no repasse de recursos financeiros, causando o desligamento de parte da equipe. A situação é preocupante, pois o Inmet já opera com um número reduzido de meteorologistas e outros especialistas, e apenas dois profissionais permanecem responsáveis pela previsão do tempo no estado do Rio Grande do Sul.

O contrato dos profissionais terceirizados era uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc). Com a liberação parcial dos recursos na última semana, alguns profissionais puderam ser mantidos, mas a continuidade dos demais depende do repasse financeiro para honrar os salários até o final da parceria.

A falta de investimento e a redução de pessoal no Inmet são uma realidade há anos, com a última entrada de servidores ocorrendo em 2006. Atualmente, dos 208 profissionais ativos no instituto, grande parte está próxima da aposentadoria, o que reforça a necessidade de novas contratações e de garantir a continuidade das operações.

O adiamento do concurso nacional unificado para o Inmet devido às chuvas no Rio Grande do Sul também preocupa, pois a falta de profissionais pode comprometer o cumprimento das metas de desempenho do órgão. A prova está marcada para agosto, e a entrada dos novos servidores só deve ocorrer no final do ano, o que limita o tempo para adaptação e contribuição efetiva dos novos profissionais.

Diante desse cenário, a categoria dos meteorologistas pede mais investimentos, reconhecimento da importância da profissão e melhores condições de trabalho para garantir a eficácia das previsões meteorológicas e a segurança da população diante dos desafios climáticos cada vez mais intensificados.

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