Carros oficiais da prefeitura circularam desde o início do cortejo, dando início a uma verdadeira caça aos vendedores não registrados, recolhendo todos os produtos, sem dar espaço para argumentações. A ação gerou revolta entre os presentes, que protestaram contra a atitude das autoridades.
Em um caso específico, uma mulher e seu filho pequeno foram surpreendidos com a apreensão de doces e salgadinhos, gerando grande comoção no local. Até mesmo comerciantes locais tentaram interferir, como o dono de um bar, Genilson Souza, que ofereceu comprar todos os produtos apreendidos para evitar um prejuízo maior para a mãe e o filho. “Como a gente pode ver isso acontecendo com uma mãe e não fazer nada? É muito triste”, desabafou o comerciante.
A situação se agravou ainda mais quando moradores da região desceram de seus prédios para reclamar do barulho causado pelo desfile. Alguns chegaram a enfrentar os foliões, gritando e acusando-os de criar bagunça. Alguns manifestantes até mesmo chamaram os participantes do bloco de petistas e baderneiros, causando mais tensão no local.
O empresário Éder Gaspar, que acompanhava o bloco, ironizou a situação comentando que os manifestantes eram “bolsonaristas, certeza. Povo mal-amado”. Após longos minutos de tensão, os organizadores do Besta é Tu conseguiram acalmar os moradores e a situação foi controlada.
Apesar dos incidentes, o bloco Besta é Tu arrastou uma multidão, incluindo famílias, com um repertório repleto de sucessos brasileiros. O carro de som do desfile tocou músicas de artistas renomados como Novos Baianos, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Gal Costa, animando os foliões presentes. No entanto, a celebração acabou sendo marcada pelos conflitos e tumultos, gerando um clima tenso durante o desfile.
A celebração de carnaval acabou se transformando em um cenário de conflito e desentendimentos, revelando as tensões que permeiam a cidade de São Paulo, mesmo durante as festividades de carnaval.