Concursos públicos federais terão foco em habilidades analíticas em vez de memorização, diz secretário de Gestão do governo federal.

Concursos públicos federais estão passando por mudanças em seu formato, visando valorizar outras habilidades dos candidatos além da memorização de conteúdo. De acordo com Roberto Pojo, secretário de Gestão e Inovação do governo federal, a capacidade analítica será um dos aspectos mais importantes a serem avaliados.

Em uma entrevista concedida à Folha, Pojo também abordou outros temas relacionados à gestão pública. Ele falou sobre os planos de contração de servidores e as medidas que estão sendo implementadas para combater o assédio aos profissionais públicos. Essas discussões estão sendo realizadas em sigilo, mas devem ganhar visibilidade com a publicação dos próximos editais de concursos.

Uma das principais justificativas para as mudanças nos concursos é o fato de que muitos conhecimentos cobrados nas provas não são utilizados no dia a dia de trabalho dos servidores. Pojo acredita que é necessário modificar esse modelo, substituindo a “decoreba” por habilidades mais relevantes, como a capacidade cognitiva.

Além disso, as mudanças visam também ampliar a diversidade entre os candidatos, já que o formato atual acaba privilegiando aqueles que podem se dedicar integralmente aos estudos, excluindo os que dependem de uma renda no trabalho ou são responsáveis por cuidar de parentes.

Para alcançar esse objetivo, o governo pretende fortalecer a periodicidade dos concursos, evitando longos períodos sem a entrada de novos servidores. Isso tornaria os órgãos mais estáveis e preveniria choques geracionais entre os funcionários.

Outra iniciativa é a criação de um concurso nacional unificado, que permitiria aos candidatos concorrer a várias vagas em uma mesma área de atuação, pagando uma única taxa de inscrição. Além disso, o governo pretende ampliar as cotas para líderes, tanto para mulheres quanto para pessoas negras, visando promover uma maior representatividade no serviço público.

Em relação aos servidores, o governo está analisando a possibilidade de contratar profissionais temporários para realizar atividades que não exigem um vínculo permanente. Segundo Pojo, essa modalidade de contratação já é aplicada na esfera federal e permite uma maior flexibilização, sem prejudicar a eficácia do setor público.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos também está revendo o decreto de governança de 2017, visando fortalecer os comitês de ética, onde os servidores podem relatar casos de assédio ou outras demandas. O objetivo é garantir que esse espaço seja seguro e menos sujeito a interferências políticas, mesmo com as trocas de governo.

Em resumo, o governo federal está implementando mudanças nos concursos públicos visando valorizar habilidades como a capacidade analítica, promover a diversidade entre candidatos e fortalecer a administração pública de forma mais estável e eficiente. Essas medidas estão sendo realizadas em sigilo, mas devem ser divulgadas em breve nos próximos editais de concursos.

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