De acordo com dados do Sistema de Controle de Bilheteria da Ancine, apenas 8,2% dos ingressos vendidos nos cinemas foram para produções nacionais, enquanto filmes estrangeiros dominaram com 91,8% do público. A implementação da Cota de Tela, que tem o objetivo de reservar uma parcela de sessões para filmes brasileiros, não conseguiu impulsionar a audiência do cinema nacional como deveria.
A medida, que foi renovada e atualizada por Lula em janeiro deste ano, estabelece uma porcentagem de exibições para produções locais, variando de 7,5% a 16%, dependendo do tamanho do cinema. No entanto, a crise global que afeta os cinemas somada à falta de interesse do público brasileiro em filmes nacionais tem sido um obstáculo para a plena eficácia da Cota de Tela.
Produtores, diretores e distribuidores do setor afirmam que a medida não está sendo tão protecionista quanto deveria, concentrando as exibições em blockbusters e deixando produções independentes de lado. A falta de um acompanhamento mensal da cota também pode resultar na concentração de sessões em poucos títulos, prejudicando a diversidade do cinema nacional.
Apesar dos esforços para incentivar a produção nacional, como a ampliação do número de estreias brasileiras nas últimas duas décadas, a indústria cinematográfica ainda enfrenta desafios como a concorrência dos serviços de streaming e a baixa formação de plateias. Novas políticas e investimentos são necessários para impulsionar o cinema nacional e criar um ambiente mais favorável para filmes brasileiros conquistarem o público.