Cinco anos de protestos na América do Sul: onda de insatisfação revela descontentamento com modelo democrático vigente.

Há cinco anos, uma onda de manifestações tomou conta da América do Sul, expondo a insatisfação da sociedade em relação ao modelo de democracia vigente nos países da região. O Chile foi um dos países mais impactados, com protestos que começaram pacificamente contra o aumento das tarifas do metrô e escalaram para confrontos violentos nas ruas. Jovens enfrentaram as forças de segurança, resultando em 32 mortos e uma série de reivindicações por melhorias nas aposentadorias, gratuidade das universidades e inclusão de minorias.

No Equador, os manifestantes exigiram a revogação de um decreto que aumentou o preço do combustível e a renegociação da dívida do país com o Fundo Monetário Internacional. Os conflitos evidenciaram a divisão da sociedade equatoriana entre as diferentes nações indígenas e os descendentes de europeus, revelando questões profundas de racismo, exclusão e pobreza.

Na Bolívia, as eleições presidenciais de 2019 resultaram em protestos e instabilidade, culminando na renúncia do então presidente Evo Morales. Já na Colômbia, os distúrbios contra o governo de Iván Duque mobilizaram diversos setores da sociedade, com críticas à gestão da economia e ao descumprimento de itens do acordo de paz com as FARC.

Esses eventos provocaram mudanças significativas na região. O Chile viu uma nova formação política assumir o governo, encerrando a hegemonia da Concertación e da direita tradicional. Na Colômbia, houve uma inclinação à esquerda com a chegada de Gustavo Petro, mas sua governabilidade enfrenta desafios. Enquanto a Bolívia e o Equador lidam com instabilidade política e social, a América do Sul como um todo ainda busca se redefinir após as intensas manifestações de cinco anos atrás.

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