Casamento arranjado na Índia termina em 19 meses de tortura e abusos: a realidade chocante por trás das estatísticas alarmantes.

A jovem Divya teve seu casamento em 2022 marcado por 19 meses de tortura e abusos, resultado de um matrimônio arranjado por sua própria família. A ausência do pagamento do dote tradicional foi utilizado como justificativa pelo marido para submeter a mulher a situações extremas de violência.

Em um relato corajoso, Divya revelou que em alguns momentos seu marido chegou a ameaçá-la com uma faca, desafiando-a a dizer não e reiterando que como esposa, ele tinha total controle sobre ela. Essa triste realidade não é um caso isolado na Índia, onde 6% das mulheres entre 18 e 49 anos relataram ter sofrido violência sexual por parte de seus parceiros conjugais, de acordo com dados da última Pesquisa Nacional de Saúde Mental Familiar encomendada pelo governo.

De acordo com as estatísticas alarmantes, mais de 10 milhões de mulheres indianas já foram vítimas de violência sexual por parte de seus cônjuges em um país com mais de 1,4 bilhão de habitantes. Além disso, quase 18% das mulheres casadas afirmam não conseguir dizer não quando seus maridos desejam manter relações sexuais, conforme apontam os resultados do estudo.

Essa realidade é ainda mais chocante quando se observa o arcabouço legal do país. A Índia ainda mantém em seu código penal uma cláusula derivada da colonização britânica que isenta de punição os atos sexuais entre um homem e sua esposa, desde que ela tenha mais de 15 anos de idade, perpetuando assim uma mentalidade arcaica e prejudicial para as mulheres.

Diante desse cenário, é urgente e fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para combater a violência doméstica e garantir a segurança e dignidade das mulheres indianas. É preciso romper com esses padrões culturais ultrapassados e promover uma sociedade mais igualitária e justa para todos os seus cidadãos.

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