Apesar de ter tido participação nos bastidores da política até então, Urrutia enfrenta o desafio de se tornar conhecido entre os eleitores, visto que sempre esteve em segundo plano. Sua trajetória inclui passagens pela Mesa Redonda da Unidade Democrática, que promove coalizões para enfrentar o governo de Maduro, e também pela Direção de Política Internacional do Ministério de Relações Exteriores, entre 1993 e 1998.
Com mais de 58% das intenções de voto em algumas pesquisas, Urrutia surge como um forte candidato, embora haja divergências nos resultados apontados pelos Institutos Delphos, Datincorp e Meganálisis. A oposição liderada por ele tem expectativas de vitória com ampla margem sobre Maduro nas eleições que estão previstas para acontecer neste domingo (28).
No entanto, há o desafio de comunicação para Urrutia, que não está acostumado a falar diante de multidões e prefere ler discursos de forma monótona. Sua presença é ofuscada pelo carisma e eloquência de María Corina Machado, o que evidencia a importância da ex-deputada para a campanha.
Apesar de sua hesitação inicial, o diplomata aceitou ser candidato como uma forma de contribuir para a democracia e a unidade no país. Em entrevista à AFP em abril, ele ressaltou sua motivação em participar das eleições como uma forma de colaborar com a causa democrática, demonstrando desprendimento e comprometimento com a busca pela unidade.
Os olhos do mundo político estão voltados para as eleições na Venezuela, aguardando o desfecho do pleito e os resultados que serão divulgados após o encerramento da votação, na madrugada de segunda-feira.